sexta-feira, 13 de março de 2009

Especialistas indicam itens fashion para durar várias gerações.

Se época de crise pede investimento duradouro e pouco efêmero, que tal saber o que pessoas ligadas à moda pensariam em comprar para render por toda uma vida e até para gerações futuras?

Apesar da idéia de comprar algo e guardar para toda a vida soar um pouco radical demais para os atuais hábitos de consumo, a crise econômica mundial está tornando as “fashion victims” mais conscientes. Assim, itens clássicos do guarda-roupa voltam a ser os objetos de desejo da temporada.

Alguns especialistas apontam que os consumidores estão buscando itens de melhor qualidade e que durem mais do que uma estação. “Comprar ficou mais equilibrado e racional e não é visto mais apenas como símbolo de status”, diz Dario Caldas, da consultoria Observatório de Sinais.

Veja quais itens fashion seriam a escolha de especialistas e designers para investir:

Bolsa Birkin da marca Hermès
Clássico recente, a bolsa foi criada em 1984 por Jean-Louis Dumas-Hermès, dono da marca à época, para a atriz e cantora Jane Birkin que precisava de um modelo que coubesse nos compartimentos de bagagem de mão dos aviões. Tornou-se um dos acessórios mais icônicos dos últimos anos, cujo valor, que começa nos US$7 mil e pode chegar a mais de US$30 mil, não se deprecia ou até aumenta com o passar do tempo.

Além de desfilar nos braços de celebridades, mulheres de todo o mundo disputavam o modelo em filas de espera de mais de dois anos. No ano passado, a lista pela bolsa Birkin foi posta em dúvida quando o americano Michael Tonello lançou o livro Bringing Home the Birkin (Trazendo a Birkin para Casa, em português) em que relatou como comprou 130 Birkins em três meses. O fato é que agora devido à crise não há mais listas de espera nas lojas.

Segundo a Hermès, que em breve abre sua primeira loja no país (em São Paulo), a bolsa é feita com uma única peça de couro que não pode ter nenhuma imperfeição e que, por isso, achar material compatível com a bolsa pode levar meses ou até anos.

Quem indica: a empresária Kelly Amorim, sócia da joalheria Carla Amorim, dona de duas bolsas Birkin, uma preta e outra na cor avelã. “É um clássico e pode ir ao trabalho, viagem e até ser usada na praia se o programa da noite não for muito sofisticado. É versátil e garante upgrade instantâneo ao visual.”

Bolsa 2.55 Chanel
Fundamento de qualquer coleção de bolsas, o modelo é referência não apenas por continuar atual e desejado em todo o mundo, mas por ter sido o primeiro modelo que deixava as mãos livres. Apresentada pela estilista no dia 2 de fevereiro de 1955, daí seu nome, é feita de couro com efeito matelassê com correntes douradas ou prateada, em três tamanhos (pequena, média e grande). Em 1980, Karl Lagerfeld, atual estilista da marca, lançou o modelo com a logomarca CC no fechamento. Custa a partir de 2 mil euros.

Quem indica: Alessandra Mendes Caldeira, estilista da marca Maalê.

Sapato Christian Louboutin
Os sapatos de solado vermelho, marca registrada do designer, hoje dominam os principais eventos do mundo nos pés das celebridades. Sensuais, luxuosas e de saltos altíssimos, as criações do francês Christian Louboutin são usadas por Madonna, Angelina Jolie, Kate Winslet, Nicole Kidman, Victoria Beckham, Gwyneth Paltrow, Sarah Jessica Parker, entre muitas outras, o que transformou Christian Louboutin em um dos designers mais importantes de todos os tempos. O designer abre sua primeira loja no Brasil em breve no Shopping Iguatemi (a inauguração estava marcada para março, mas a data ainda não foi confirmada). Os modelitos vão custar em média R$3 mil.

Quem indica: Carol Gannon, estilista da marca D´Arouche.

Tailleur Chanel
Uma das marcas registradas da estilista francesa que inventou um estilo cultuado até hoje. Chanel reinventou o uso do conjunto de saia e paletó combinando-o com colares de pérolas e bolsa com corrente dourada. Os primeiros modelos criados, no entanto, tinham saias que vinham até os calcanhares e faixa na cintura, já que era em 1916. Presente até hoje nas coleções da marca, o modelo de tweed é um dos mais importantes.

Quem indica: Rodrigo Grunfeld, stylist das atrizes Fernanda Lima e Alinne Moraes. “É eterno e como se fosse um jeans, pois desde que foi criado ganha releituras”.

Vestido Herve Leger
O estilista francês lançou em 1985 uma silhueta que se tornou sinônimo de sensualidade. O vestido bandagem pode ser feito de lã, seda ou elastano. A marca foi comprada em 1999 pelo grupo BCBGMaxAzriaGroup, relançada em 2007 sem os acentos no nome do estilista. Hoje quem assina as coleções é o designer Max Azria, com reinterpretações modernas.

A lista de celebridades fãs da marca é grande: Keira Knightley, Sharon Stone, Lindsay Lohan, Catherine Zeta-Jones, Charlize Theron, Beyonce Knowles, Christina Aguilera, Janet Jackson, Eva Mendes, Nicole Richie, Jessica Simpson, Eva Longoria, Jessica Biel, entre outras. No Brasil, os vestidos Herve Leger, que custam a partir de US$800, são vendidos na Daslu.

Quem indica: Paula Lang, stylist da atriz Claudia Raia.

Clássico Tubinho Preto
Eterno clássico que volta com tudo nesta temporada, o vestido preto começou a surgir como roupa do dia-a-dia depois da Primeira Guerra Mundial e transformou-se em ícone fashion na década de 1960, quando ganhou o cinema no corpo de atrizes, como Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo, cujo figurino foi assinado pelo estilista Hubert de Givenchy. Estava eternizado o Little Black Dress ou simplesmente LBD, para os íntimos. Quem indica: Dudu Bertholini, estilista da marca Neon. “Pode ser de qualquer marca, pois dura a vida toda.”

Peça com estampa de losangos
Ao longo da história, diversas estampas tornaram-se clássicos. Entre elas, está a tradicional estampa de losangos, cujo nome é Argyle, inspirado no tartã do clã escocês de mesmo nome. Muito visto em meias, cachecóis e suéteres, pode ser usado em todas as estações, mesmo se a moda não pedir.

Quem indica: Maria Helena Amaral, figurinista do programa Saia Justa.


E para quem tem receio de parecer démodé, vale o recado: “Usar peças mais clássicas não implica ser careta, quem faz a roupa é a atitude da pessoa”, diz a jornalista de moda Cynthia Garcia.

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